sexta-feira, 22 de março de 2013

DESASTRES NATURAIS, SOCIEDADE, FÉ CRISTÃ E MEIO AMBIENTE - Considerações a respeito das inter-relações - Eventos severos, chuvas excessivas e consequências sociais, ambientais e religiosas - No Brasil, considerações sobre a grande maioria cristã, propagadora de princípios que deveriam resolver ou minimizar o problema das tragédias decorridas das enchentes e deslizamentos, principalmente - Um forte apelo ao Papa Francisco, ao Governo e às elites brasileiras - Texto inédito de Paulo Penalva Mancini

Por Paulo Mancini

Muito próximos às cidades, pastos são mantidos por décadas
à espera de melhores preços, enquanto famílias sem poder
aquisitivo apinham-se nas favelas e em locais de risco.
De quem a iniciativa para resolver este problema ?....
CHUVAS, ENCHENTES, DESLIZAMENTOS E MORTES:
Mais um verão brasileiro com chuvas, enchentes, deslizamentos e mortes humanas e também com grandes perdas para outras comunidades de seres vivos que compõem, conosco, a biodiversidade planetária, essencial para a manutenção das condições ambientais que sustentam a vida em nossas terras. Notícias sobre perdas relacionadas a outros seres vivos normalmente não são veiculadas devido à visão antropocentrista da grande mídia e da maioria da sociedade.


O CONTROLE DOS DESASTRES NATURAIS ESCAPA DAS POSSIBILIDADES HUMANAS
Acabar definitivamente com as conseqüências nefastas à vida, provocadas por chuvas é, a meu juízo, quase impossível. Regularizar o volume pluviométrico que cai sobre uma região, de modo que ela sempre receba água em quantidade suficiente para suas necessidades, sem que haja excessos que provoquem transtornos, é algo que a ciência e a tecnologia desenvolvidas pela humanidade ainda não ousaram lograr. As variáveis são muitas e o controle de muitas delas – p.ex. a variação da temperatura dos oceanos, que afeta as correntes oceânicas e formação de ventos – exigem forças e recursos incomensuráveis. Desta forma, eventualmente, sempre haverá algum risco de graves incidentes promovidos, em qualquer região do planeta, por chuvas além da intensidade média para aquela região. Mesmo nos desertos, porque, ao longo dos tempos, tudo muda em nosso universos.

PORÉM, É POSSÍVEL MINIMIZAR AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
No entanto, na escala de tempo de nossas vidas, é possível e moralmente necessário minimizar estas ocorrências trágicas. Infelizmente já tornou-se rotina, em nosso país, o anúncio de mortes, na ordem de dezenas, quando não centenas, em conseqüência de deslizamentos e enchentes provocados – não pelo excesso de chuvas – mas pela incúria humana que ocupa, incauta e irresponsavelmente, áreas naturalmente sujeitas a enchentes sazonais e com grandes riscos de serem atingidas por deslizamentos de terras.

A CULPA NÃO É DOS QUE SE ALOJARAM EM ÁREAS DE RISCO
Mas a imprudência  e a irresponsabilidade não são daqueles que se alojaram. Na grande maioria dos casos, as pessoas ou famílias que vivem nestes locais, ali estão por absoluta falta de opções mais seguras, ou por carência de informações e sensibilização convincentes.

HÁ SOLUÇÕES TÉCNICAS
Ora, o Brasil tem mais de 8 milhões de quilômetros quadrados. Não é um Japão - uma ilha rodeada de mar por fora e montanhas por dentro -, ou o Vaticano - o menor Estado no conjunto das nações e dentro do Estado italiano e de sua capital Roma. Ou seja, não temos justificativas físico-territoriais para que habitações sejam implantadas em áreas sabidamente sujeitas a graves riscos. E vejam que não temos conhecimento de enchentes no Vaticano, ou de recorrência de mortes no Japão em função do excesso de chuvas. Terremotos e tsunamis são fenômenos de outra ordem de magnitude que, se ocorressem no Brasil, provocariam tragédias incomensuravelmente maiores do que as que ocorrem no Japão, cuja população, há milênios, vêm convivendo  e criando tecnologias para minimizar seus efeitos perversos. Temos áreas mais que suficientes para abrigar com segurança toda nossa população, sem expô-las à riscos desnecessários, sem destruir nossa flora e fauna silvestres, fundamentais à qualidade ambiental de nossos habitats, mais do que já a comprometemos.   

A VERDADEIRA CAUSA DAS CONSEQUÊNCIAS NEFASTAS
Qual é a raiz ou a causa destas tragédias humanas recorrentes no Brasil, que enganosamente se confundem com nossos ciclos naturais sazonais? Obviamente é a concentração de terras, nas áreas rural e urbana, nas mãos de poucos proprietários(as), obrigando grandes multidões a buscarem abrigo em áreas que, por sua natureza física, são consideradas inóspitas, ou seja, pouco hospitaleiras,  impróprias ou inadequadas para serem habitadas por seres humanos.

UM APELO AOS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
Contam as estatísticas demográficas religiosas que o Brasil é a maior nação católica do mundo. Cristãos, então, somos quase todos. Exceto os ateus e candomblecistas, são parcos os budistas, muçulmanos e os que, no Brasil, professam outras religiões não-cristãs.

A máxima cristã; a boa-nova anunciada pelos evangelhos há mais de dois milênios; é a de que Deus é Pai e Criador de todos nós, que somos Seus Filhos e também, como os reis e imperadores de antanho,  Seus Legítimos Representantes. Derivada desta máxima doutrinária, a prática da Caridade desinteressada – entrega e doação, de bens, bênçãos e serviços a quem deles necessitam -, é, em todo cristianismo autêntico – que não é só da boca para fora –  o principal caminho (exercício, método) para Salvação.  
 (*1 - Ver Nota do Editor)

Ora, se a maioria de nossa população ainda é católica ou, pelo menos, cristã, entre as elites sócio-econômica brasileiras,  proprietárias de latifúndios rurais e urbanos que nos impõem este sofrimento anual e estas mortes sazonais desnecessárias, a percentagem de católicos e cristãos (entre as elites) ainda é muito maior. Fácil seria, conforme princípios cristãos, a sua sensibilização em relação a este problema.

APELO AO NOVO PAPA E AO GOVERNO PARA APOIAREM E IMPLEMENTAREM SOLUÇÕES EFETIVAS
Aproveitando os novos ventos católicos advindos com a renúncia de Bento XVI e a assunção do Papa Francisco, – inspirado em Francisco de Assis, aquele que deixou todos os seus bens e entregou-se de corpo e alma a serviço do Senhor e de Seus filhos mais necessitados de seus cuidados e amor - faço um apelo para que o novo Papa – que virá ao Brasil no próximo julho para a Jornada Mundial da Juventude - e sua Igreja, principalmente a brasileira, promovam, ou pelo menos tentem promover, um grande acordo entre o Estado brasileiro (através de seus atuais governantes, que são sensíveis e querem zerar a pobreza absoluta no Brasil) e aqueles que efetivamente o dominam (a nossa velha, cruel e sempre poderosa elite patrimonialista brasileira), no qual sejam identificadas as terras, publicas ou privadas, necessárias e tecnicamente adequadas – sob os aspectos geológicos, logísticos e antropológicos – para implantação de habitações seguras e saudáveis para todos aqueles que hoje (e sempre) estão ameaçados por residirem, trabalharem ou freqüentarem áreas com altos ou médias probabilidades de sofrerem enchentes, alagamentos, erosões ou deslizamentos. Identificadas essas áreas, e classificadas quanto às suas prioridades sócio-ambientais, seus proprietários devem obter condições que favoreçam sua doação ou desapropriação a baixo custo pelo Estado brasileiro, qua ainda não conseguiu assegurar a todos brasileiros seus direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.

Simples, não é? Afinal, não somos quase todos cristãos? A prática da Caridade não conduz à Salvação? Não é Ela que buscam (ou deveriam) todos os cristãos? (principalmente os que mais possuem bens?)

Se agirem rápido, o Papa e sua Igreja - que certamente terão apoio de toda cristandade -, aqueles(as) que detém a maioria do patrimônio das terras rurais e urbanas no Brasil, e o Estado em todas suas esferas, no próximo verão, o Brasil e nossas retinas e consciências, não sofreremos com mais mortes inocentes.

A RESPONSABILIDADE DIRETA E INDIRETA PELAS MORTES
Vistas sob esta ótica, quando se conhece os agentes causadores de uma morte, quando os mortos não tiveram possibilidade de defesa - por  ignorância ou impossiblidade de ação - as mortes não são mortes, mas assassinatos, e seus agentes causadores, criminosos assassinos. E os mortos, vítimas sacrificadas em prol do “vamos se dar bem na vida”; do “cada um por si”,  do “também quero chegar lá"; do “o que é meu, ninguém me tira”; imoladas ao Deus Mercado – que cria todos os bens e resolve todos os problemas -, que tem no capital privado seu principal agente.

CONVOCAÇÃO FINAL
Papa Francisco, Dilma,  Jorge Gerdau, Norbert Odebrecht e Cia, Mãos à Obra. Não quero mais lágrimas em Petrópolis e região serrana do Rio; em São Paulo, capital e interior; em BH; Curitiba. Não quero mais lágrimas associadas à beleza da chuva cantada e encantada pelo Jorge Mautner. Quero ela como sempre foi normalmente: vislumbrada como esperança de fartura na mesa; associada à alegria patética de “I sing in the rain”; bem humorada (e humorando) ao lado dos "Demônios da Garoa Paulistana".

Ué, gente! Sonhar e escrever não são mais (e ainda) proibidos neste país!!! Ainda que publicar e veicular livremente na grande mídia brasileira - campos eletromagnéticos dominados pela mesma, e ainda menor, elite que detém a propriedade das terras – ainda o sejam.          


Paulo Penalva Mancini
São Carlos, 19 de março de 2013


Publicação inédita autorizada pelo autor.
Titulo e subtitulos criados pelo editor.

(*1) - Ateus e seguidores de outras religiões em minoria no Brasil, com certeza possuem princípios de justiça social similares aos princípios cristãos. Se há alguns destes entre as elites brasileiras, certamente bem mais sensibilizar-se-ão com as tragédias provocadas por chuvas e tomarão atitudes positivas que lhes couberem. O autor compartilha esta posição.

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